Dificilmente conseguiria estar mais de acordo com o Professor Cardoso Rosas, como estou com o que ele escreve hoje nesta crônica. Na verdade, o gravíssimo problema em que se encontra o nosso orçamento público não se deve somente ao despesismo directo da máquina do estado. Ele reside, também, nos incontáveis e dispendiosos favores feitos àquelas empresas, ditas privadas, de «obras públicas» e do «sector financeiro», às «entidades culturais e desportivas» e de solidariedade social, acrescentaria até, às empresas da comunicação social, enfim, a esse vastíssimo mundo por onde circulam antigos e futuros governantes, gestores públicos travestidos de privados, amigalhaços saídos directamente das concelhias partidárias para os conselhos de administração, etc. É a este admirável e sinistro mundo de tráfico de influências e de favores ilegítimos do estado, onde não se distingue onde este acaba e onde começa o mundo civil, que urge pôr cobro. Bem-haja por nos lembrar disso, Professor Cardoso Rosas.
Sem comentários:
Enviar um comentário