05 fevereiro 2010

Sair da crise


O euro continua a desvalorizar face ao dólar e a bolsa voltou a abrir em baixa, acentuando as perdas desde o início do ano, em face da preocupação com a situação orçamental de vários países da zona euro. Porém, a principal consequência associada à inquietação que se vive nos mercados é a subida da taxa de juro da dívida pública. No caso grego as "yields" das obrigações do Tesouro andam na casa dos 7%. No caso português, a taxa de juro aproxima a barreira dos 5%. Este facto, por si só, é relevante pois cada ponto percentual de aumento na taxa de juro paga pelo Estado traduz-se no aumento do serviço de dívida e, consequentemente, do défice orçamental.

Assim, na situação actual, existem três saídas. Uma primeira que ninguém aceita: a saída do euro. Uma segunda que poucos aceitam: uma verdadeira consolidação orçamental, que implicaria a redução significativa da despesa primária. E a terceira que, provavelmente, muitos estarão dispostos a aceitar: o recurso a empréstimos de outros membros da zona euro (táctica que, ao contrário do assistencialismo orçamental, não é proibida), mediante a cedência de soberania política aos países mais fortes da união monetária.

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