Nenhum líder ou governo que ameacem demitir-se aguentam muito tempo, e não serão certamente José Sócrates e o seu governo as excepções à regra. O principal problema de Sócrates na actual legislatura não é tanto o de não dispor de maioria parlamentar, mas o de se ter arrogantemente apresentado ao país com um governo que, no essencial, mantinha tudo do anterior. Ora, deste estava já o país farto e cansado, e isso mesmo foi-lhe dito nas eleições de Setembro. Ao não dar sinais evidentes de renovação e refrescamento, convencido de que, com alguma habilidade, a fraqueza da oposição e o presidente manietado, tudo permaneceria igual ao que fora na legislatura anterior, José Sócrates condenou o seu governo imediatamente no primeiro ano da nova legislatura, como se ele estivesse já - velho, cansado e gasto - a entrar no seu quinto ano de vida. À beira do fim, portanto.
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