Nas antigas feiras, as protagonistas eram a mulher-canhão e a mulher-serpente. Hoje, para conseguir público, o espectáculo tem de incluir um transexual, uma acompanhante, duas lésbicas, um príncipe e, se possível, um anão e uma gigante. Como se sai de uma estagnação que tem como contraponto o fecho das fábricas, a falência das pequenas empresas, o espectro do desemprego? Começando por abandonar os pântanos intelectuais. Não devemos estragar o gosto das pessoas com espectáculos, livros, filmes e música de má qualidade. Temos à nossa disposição a mais selecta cultura mundial. Tiremos proveito dela, abramos a mente ao que nos enriquece em termos emocionais e intelectuais. Estudemos, trabalhemos, inventemos um trabalho, uma actividade nova. Façamos o que sempre quisemos fazer e a que renunciámos por timidez ou medo.
Por Francesco Alberoni
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