O nosso Primeiro Ministro foi hoje a Paris afirmar que "A melhor resposta [à crise] é mais Europa e não menos Europa". E, pelo meio, deixou-se, também, embalar pela retórica socialista "Regressou o bom e o velho Estado. O que seria de nós sem o Estado?".
Independentemente dos seus defeitos, e de concordarmos ou não com a sua retórica folclórica, José Sócrates tem uma grande qualidade: é esperto como uma raposa, um atributo que, devidamente combinado com inteligência, funciona de forma poderosa. Ora, a solução "mais Europa", de facto, seria o melhor que poderia acontecer a um país economicamente desesperado como o nosso. Seria a saída de emergência. Mas será que é a solução inteligente? Será inteligente abdicarmos da nossa soberania?
Este é um tema que tenho trazido para aqui em diversas ocasiões: a possibilidade de Portugal abraçar o federalismo europeu ou qualquer outro modelo de inclusão territorial na Europa, ao qual esteja associada a inevitável perda de soberania nacional. Em termos económicos, não tenho dúvidas: era a melhor coisa que nos podia acontecer. Porém, nesta questão, existem outros elementos que devem ser considerados, em particular a nossa Herança Histórica e Cultural. Daí a dificuldade do tema. Assim, na minha opinião, até para não perder muito tempo a discutir o sexo do anjos, o assunto devia ser levado a referendo. Ao contrário de outros referendos, esta matéria diz mesmo respeito a todos os Portugueses.
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