02 novembro 2009

Onde está o POC?


Uns dias depois depois da "blitzkrieg" mediática que levou Luís Filipe Vieira (Presidente) e Domingos Soares (administrador com a área financeira) às paginas de quase todos os jornais, diários e semanais, anunciando que tudo estava espantoso no reino da águias, sabe-se agora que, em Junho passado, o Benfica entrou em situação de falência técnica e que os seus capitais próprios se tornaram negativos. Isto significa que, em teoria, o Benfica precisa de um aumento de capital e que, enquanto não o fizer, viverá das linhas de crédito que tem contratadas com os bancos com que trabalha. A outra solução, para equilibrar a sua tesouraria, é antecipar proveitos futuros, algo que já vem sendo realizado de há algum tempo para cá.

Enfim, este é um tema complexo. Porque sendo certo que o Benfica está falido e que existem regras estritas para empresas cotadas, também é verdade que continuam a existir investidores e credores dispostos a financiar o clube e a SAD. E, portanto, não há base para, pura e simplesmente, fechar o clube e abri-lo de novo com outros accionistas e sem passivo. É, também, devido àquele motivo que as acções da Benfica SAD ainda valem quase 3 euros quando, em bom rigor, deveriam valer zero.

Mas se há regras para cumprir, estas devem ser impostas, independentemente das circunstâncias. A alternativa é mudar as regras e adaptá-las à nossa realidade e às nossas empresas, caso contrário, algumas dessas regras tornar-se-ão numa anedota, como já é o caso do celébre artigo 35º. Quanto ao Benfica, não é uma excepção. O Sporting está ainda pior. Além disso, existem outros exemplos, porventura mais escabrosos, como a TAP - esta, apesar de tudo, não é cotada -, que representam situações ainda mais dramáticas do ponto de vista financeiro e injustas em relação àqueles que cumprem as regras. Portanto, se queremos um país decente e justo, não poderemos manter este nível de arbitrariedade na imposição das regras - doa a quem doer, custa o que custar.

Sem comentários: