24 novembro 2009

Devoluções

Parece-me evidente que os governantes têm usado a terminologia errada para designar aquilo a que eles chamam "impostos". Tendo em conta que eles têm vindo a chamar "interrupção voluntária da gravidez" ao que se chamava "aborto", "lei da liberdade de imprensa" à lei cuja função é controlar a imprensa e "casamento" àquilo que tem as mesmas regras que a "união de facto", torna-se claro que o nome correcto para os "impostos" é "devoluções". Com esta nova designação, o contribuinte passa a devolver ao Estado aquilo que pertence ao Estado. O Estado, magnânimo como é, poderá sempre abdicar de uma parte da devolução (aquilo a que agora se chama salário líquido). As "devoluções" têm algumas vantagens sobre os impostos. O contribuinte não se convence que é proprietário do seu rendimento. O verdadeiro proprietário de todo o rendimento é o Estado. O Estado nunca mais precisará de aumentar "impostos". Basta-lhe apenas exigir a devolução maior daquilo que é por direito do Estado.

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