Nos últimos dias andei entretido com o novo livro de Medina Carreira e Eduardo Dâmaso, "Portugal, que futuro?", a cuja apresentação tive oportunidade de assistir na 4ª feira passada no Palácio da Bolsa, Porto. Recomendo fortemente a sua leitura.
Em Portugal, há quem tente desvalorizar as opiniões de Medina Carreira pelo facto de estas serem permanentemente negativas do país e depreciativas em relação à nossa classe política. Pois eu, pelo contrário, sou daqueles que concordam com o diagnóstico que o autor faz de Portugal e da generalidade dos seus políticos. De resto, é na candura da sua mensagem que reside o activo mais valioso deste livro. E só essa candura permitirá libertar o país das amarras do presente e relançá-lo num futuro mais promissor.
Contudo, depois de ler o livro, há uma realidade do nosso Portugal que me deixou ainda mais céptico acerca da possibilidade de uma regeneração pacífica do país e que consiste nos 6 milhões de portugueses que beneficiam do Estado social (3,4 milhões de reformados, 700 mil funcionários públicos, 350 mil beneficiários de RSI, 500 mil desempregados, mais umas tantas centenas de milhares de cidadãos que recebem subsídios disto ou daquilo). A este conjunto de pessoas, Medina Carreira chama o Partido do Estado, eleitores que inevitavelmente votam no centro esquerda com vista à manutenção (e agravamento?) do Estado social.
Enfim, como Medina Carreira afirma, e bem, a constatação e exposição desta realidade não é um exercício de oposição ao Estado social. Trata-se, somente, de evidenciar a sua insustentabilidade. E de propôr medidas razoáveis que o rectifiquem. Parafraseando o autor, para redistribuír riqueza é preciso que esta exista e, infelizmente, o país não produz para tanto gasto. Mas este é um conceito para o qual o Partido do Estado não está, nem nunca estará, sensibilizado. É, por isso, que o interessante conjunto de propostas sugeridas por Medina Carreira (com as quais concordo nuns casos e discordo noutros!) não serão adoptadas por esta classe política. E é, por isso também, que, provavelmente, só um choque externo, e violento, poderá endireitar o país. Mas à força. E com custos sociais enormes. Lamentavelmente.
Em Portugal, há quem tente desvalorizar as opiniões de Medina Carreira pelo facto de estas serem permanentemente negativas do país e depreciativas em relação à nossa classe política. Pois eu, pelo contrário, sou daqueles que concordam com o diagnóstico que o autor faz de Portugal e da generalidade dos seus políticos. De resto, é na candura da sua mensagem que reside o activo mais valioso deste livro. E só essa candura permitirá libertar o país das amarras do presente e relançá-lo num futuro mais promissor.
Contudo, depois de ler o livro, há uma realidade do nosso Portugal que me deixou ainda mais céptico acerca da possibilidade de uma regeneração pacífica do país e que consiste nos 6 milhões de portugueses que beneficiam do Estado social (3,4 milhões de reformados, 700 mil funcionários públicos, 350 mil beneficiários de RSI, 500 mil desempregados, mais umas tantas centenas de milhares de cidadãos que recebem subsídios disto ou daquilo). A este conjunto de pessoas, Medina Carreira chama o Partido do Estado, eleitores que inevitavelmente votam no centro esquerda com vista à manutenção (e agravamento?) do Estado social.
Enfim, como Medina Carreira afirma, e bem, a constatação e exposição desta realidade não é um exercício de oposição ao Estado social. Trata-se, somente, de evidenciar a sua insustentabilidade. E de propôr medidas razoáveis que o rectifiquem. Parafraseando o autor, para redistribuír riqueza é preciso que esta exista e, infelizmente, o país não produz para tanto gasto. Mas este é um conceito para o qual o Partido do Estado não está, nem nunca estará, sensibilizado. É, por isso, que o interessante conjunto de propostas sugeridas por Medina Carreira (com as quais concordo nuns casos e discordo noutros!) não serão adoptadas por esta classe política. E é, por isso também, que, provavelmente, só um choque externo, e violento, poderá endireitar o país. Mas à força. E com custos sociais enormes. Lamentavelmente.
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