Depois das legislativas, aí vêm as autárquicas. Eu voto no Porto, por isso, a minha escolha será entre Elisa Ferreira e Rui Rio. Mas já decidi: vou abster-me. E, de seguida, explico porquê...
Em relação à candidata do PS, tenho mais críticas que elogios a fazer. As soluções que promete para a cidade são mais do mesmo, ou seja, atirar dinheiro alheio para cima dos problemas e aumentar o intervencionismo/assistencialismo público na cidade. Bem sei que se trata de uma táctica que tão bem tem funcionado ao longo dos anos noutros concelhos do país - por exemplo, o caso de Vila Nova de Gaia - mas é uma via que, em tempos de vacas magras como são os dias de hoje, rapidamente se esgota, deixando um ónus extraordinário para as gerações futuras. Numa só palavra: insustentável. Ao mesmo tempo, sem desprezo pelo facto - o elogio - de Elisa Ferreira dominar os dossiers técnicos que lhe são entregues, a outra crítica que lhe faço é a forma pouco ética, pouco séria, como a candidata geriu a dupla candidatura ao Porto e a Bruxelas. Aliás, foi esta sua conduta que contribuiu para arrasar o capital de simpatia que poderia ter conquistado junto daquele eleitorado - a maioria - que vota no candidato que promete mundos e fundos sem fazer contas ao impacto futuro desse despesismo.
Do outro lado da barricada está Rui Rio, em relação ao qual tenho tantas críticas como elogios a fazer. Sendo verdade que, nos últimos anos, contribuiu para a redução da dívida municipal e que pôs algum travão nos abusos e na corrupção praticada ao nível camarário, não é menos verdade que, simultaneamente, o Porto tem vindo a perder atractivos à medida que o tempo tem passado. A cidade é hoje uma urbe moribunda e sem grande esperança de um futuro melhor. Esta morte lenta é, acima de tudo, o reflexo da decadência económica da região, dos seus empresários e da sua indústria - fortemente afectada pela globalização do comércio mundial. Mas a Câmara Municipal - talvez com excepção das iniciativas em prol do hub da Ryan Air no Aeroporto Francisco Sá Carneiro - pouco tem feito para alterar este estado de situação. Enfim, confesso que não conheço os limites governativos que a lei portuguesa impõe aos presidentes de Câmara, mas parece-me que Rui Rio tem ficado aquém daquilo que, eventualmente, seria possível fazer na promoção interna e externa do Porto como cidade e pólo empresarial.
Em suma, nenhum dos candidatos me entusiasma.
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