Nestas legislativas, acredito que o Bloco de Esquerda atingiu o seu zénite. E que agora o seu caminho será para baixo.
A razão que me leva a antecipar este cenário diz respeito ao facto de a base comum entre os simpatizantes do BE ser a sua agenda de assuntos fracturantes em matéria de costumes e moralidade, e não a sua ideologia política. Por outras palavras, será mais fácil encontrar pessoas de outros partidos que votem com o BE nos assuntos relativos ao aborto, às drogas e à homossexualidade, do que encontrar pessoas descontentes noutros partidos que partilhem da atitude revolucionária e trotskista preconizada pelo BE. Sobretudo, entre a população adulta, mais sensata e que constitui a fatia de leão do eleitorado. Ora, como nos últimos oito/dez anos, a agenda de assuntos fracturantes foi largamente esgotada e, em geral, adoptada pelo próprio PS, a utilidade marginal do BE neste domínio diminuirá, logo, o seu apelo aos eleitores também deixará de ser o mesmo.
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