Neste caso das eventuais escutas ao Presidente da República existem somente três hipóteses: ou Cavaco enlouqueceu e anda com a mania das perseguições; ou Cavaco resolveu criar um caso para prejudicar o governo e José Sócrates nas próximas eleições; ou Cavaco teme mesmo estar a ser ilicitamente escutado. Na primeira hipótese, há que cuidar da saúde mental do Presidente. Os tolinhos não devem andar à solta, muito menos em lugares de responsabilidade como a Presidência da República. A segunda, mais grave do que a primeira, revela-nos um Cavaco vingativo e inescrupuloso, capaz das maiores desonestidades políticas para saciar os seus ódios pessoais. Há, nesse caso, que lhe fazer ver que desonrou a magistratura que exerce, e que deve, por consequência, demitir-se. A terceira hipótese, na qual ninguém parece interessado, é serem justificados os receios do Presidente. Nesse caso, nem Cavaco estaria mal da cabeça, nem teria deixado de ser um político relativamente sério (considerando, sempre, a relatividade da seriedade dos políticos...). Para situações deste tipo – escutas telefónicas ilegais a órgãos de soberania – os Estados de Direito costumam ser lestos a investigar. Cá por Portugal ainda se vai ver, após as eleições.
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