Uma das características mais notáveis das sociedades protestantes é a capacidade dos cidadãos se indignarem com assuntos de lana-caprina. Começam por legislar e regulamentar todos os aspectos possíveis e imaginários da vida privada, policiam-se uns aos outros, denunciam-se por dá cá aquela palha e, quando apanham alguém em falso, exaltam-se e indignam-se de uma forma incompreensível para nós.
O caso Mónica Lewinsky é um bom exemplo. Um homem poderoso, uma sirigaita a “dançar” à volta dele, um momento a sós, enfim. A história mais banal do mundo transformada de imediato numa ópera bufa.
Eu penso que esta indignação não é genuína. Os anglo-saxões são hipócritas consumados, daí o fosso que nos separa deles. Estes comportamentos soam a falso.
A capacidade de se indignarem, porém, é muito importante para o funcionamento das democracias liberais. Quem não cumpre a Lei sabe que vai andar nas bocas do mundo, vai ter a reputação arruinada e nunca mais se pode candidatar seja ao que for.
A hipocrisia talvez seja o preço a pagar pelo desenvolvimento.
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