04 setembro 2009

Incapaz


Enquanto a generalidade dos países europeus começa a aparentar alguns sinais de estabilização - muito ténues, é certo -, a economia espanhola continua a afundar. Trata-se de uma situação terrível, em particular depois da época dourada do antigo Governo de José Maria Aznar. Nesse aspecto, a eleição e, sobretudo, a reeleição de Zapatero foram uma tragédia para o país e, também, para Portugal que indirectamente sofre com o infortúnio dos nossos vizinhos.

A situação em Espanha é realmente má. O número de novos desempregados em Julho foi de 85 mil e, neste momento, existem já mais de 3,5 milhões de pessoas sem trabalho. Pior, cerca de 700 mil dos que não têm emprego encontram-se numa situação especialmente precária sem acesso a subsídios de qualquer espécie. Por isso, é que o Governo de Zapatero se apressou, nos últimos dias, em aprovar uma lei que atribuirá a estes desempregados um cheque de 420 euros por mês durante seis meses. Estava previsto que a medida fosse direccionada apenas aos que tinham perdido o emprego após 1 de Agosto, mas à última hora foi alargada, retroactivamente, para o dia 1 de Janeiro. O problema é que muitos dos que perderam o emprego antes de Janeiro, mantêm-se no desemprego, levando, por conseguinte, à discussão da bondade associada aos seis meses de validade do novo subsídio.

Entretanto, esta nova medida social, num país cujo défice orçamental aproxima aos 10%, terá como consequência a redução da dotação financeira de outros ministérios e o aumento dos impostos. Ora, quanto aos ministérios cujos orçamentos serão reduzidos já está decidido: Interior, Indústria, Habitação, Justiça e Administração Pública. Os cortes irão totalizar 15 mil milhões de euros. E quanto ao aumento de impostos, também já está decidido: as tributações sobre património serão revistas em alta.

Moral da história, a Espanha entrou numa espiral muito negativa da qual será difícil saír. Por um lado, o sistema de incentivos criado pelo Governo dificilmente promoverá o emprego. Por outro lado, existe um risco sério de, à custa de todas as cedências e medidas sociais, drenar o resto do país. Enfim, este (des)governo de Zapatero cairá em breve.

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