Nas campanhas eleitorais, os partidos políticos prometem tudo a todos. Os programas são vagos e os líderes evitam os chamados temas fracturantes, de modo a cativarem o maior número possível de eleitores .
Os vencedores assumem depois a governação do País, com um capital político correspondente ao resultado eleitoral. Uma maioria absoluta é, por assim dizer, uma pipa de massa em caixa.
Mas governar é escolher entre diversas opções que agradam a uns e desagradam a outros. No processo da governação, os líderes políticos gastam o capital que acumularam nas eleições. Quando terminam os seus mandatos, desejavelmente, devem ter investido no País, todo o capital que tinham acumulado.
O que eu chamo avareza política é a aversão dos líderes a gastarem o capital que acumularam no processo eleitoral. Esta avareza política revela uma fraqueza de carácter e uma visão mesquinha da política.
O líder avaro titubeia, adia, recua, luta contra moinhos de vento, inventa inimigos, dificuldades e crises. Por outro lado, continua a prometer tudo a todos. Este comportamento ridiculariza o exercício do poder e sugere um ambiente de campanha permanente que é desgoverno.
Assistimos a este triste espectáculo durante todo o mandato de José Sócrates e, noutra escala, estamos a assistir ao mesmo com Obama.
O Presidente dos EUA continua em campanha eleitoral e recusa-se a governar. Os norte-americanos, contudo, têm rejeitado esta postura de eterno candidato. Nas próximas eleições legislativas vamos ver como é que os portugueses avaliam quatro anos de campanha eleitoral do PS.
Sem comentários:
Enviar um comentário