Paulo Portas é inequivocamente o político mais brilhante da sua geração. Tem inteligência, carisma, competência, ideias e um sentido afinadíssimo da política. Há uns tempos, após um regresso que me pareceu desastrado à liderança do CDS, acreditei – e escrevi – que a direita não lhe perdoaria a brincadeira e que ele se arriscava a morrer politicamente. Errei. Paulo Portas é um gato com, não sete, mas, pelo menos, setenta vidas políticas e, ainda que essa jogada lhe tenha levado algumas, não vai ainda na metade das que dispõe.
Portas aguenta praticamente sózinho há onze anos um partido sem estruturas, sem quadros de relevo, sem meios, sem um eleitorado fixo e seguro que dê tranquilidade. O partido é ele, com o que isso tem de negativo e de positivo, mas o facto é que ele tem chegado para manter o CDS na orla do poder, para o ter levado uma vez ao governo, e para o levar, muito provavelmente, uma segunda vez nas próximas eleições legislativas. O CDS de Portas não é o partido que lidera a direita portuguesa, e dificilmente o poderia ser em virtude da sua história. Mas pode bem atingir o estatuto de partido charneira e tornar-se cronicamente indispensável à estabilidade governativa.
Nessa perspectiva, ao longo de todos estes anos, o erro principal de Portas terá sido a antecipação do projecto PP antes do seu tempo natural. Ele ter-se-á eventualmente convencido que o fim do cavaquismo era o princípio do fim do PSD e que, nessa altura, a transformação do CDS em Partido Popular poderia fazer ao partido laranja o que o PP de Fraga fez à velha UCD. Estava enganado. O fim do cavaquismo só virá nas próximas legislativas, com a derrota ou até com a eventual vitória de Manuela Ferreira Leite, a última das líderes do partido geradas politicamente por Aníbal Cavaco Silva. Depois dela, no dia 28 de Setembro ou em futura data incerta, dificilmente se seguirá alguém da safra do actual Presidente da República.
Esta última ideia tem um corolário evidente: o de que Paulo Portas nunca acreditou seriamente em protagonizar, ele mesmo, a liderança da direita portuguesa. Se o tivesse, teria aguardado pela decadência previsível do PSD, para protagonizar uma tentativa de unificação da direita sob o sua chefia. Não seria um número fácil, mas, ao estado que o PSD chegou nos últimos anos, também não seria impossível. Quando muito perderia mais algumas vidas políticas na jogada, o que, como já se viu em situações muito mais difíceis, não lhe seria fatal. O pior que poderia suceder-lhe era manter o seu património natural que é o CDS, que é o que ele possui há catorze anos. Não ficaria mais pobre por isso.
Portas aguenta praticamente sózinho há onze anos um partido sem estruturas, sem quadros de relevo, sem meios, sem um eleitorado fixo e seguro que dê tranquilidade. O partido é ele, com o que isso tem de negativo e de positivo, mas o facto é que ele tem chegado para manter o CDS na orla do poder, para o ter levado uma vez ao governo, e para o levar, muito provavelmente, uma segunda vez nas próximas eleições legislativas. O CDS de Portas não é o partido que lidera a direita portuguesa, e dificilmente o poderia ser em virtude da sua história. Mas pode bem atingir o estatuto de partido charneira e tornar-se cronicamente indispensável à estabilidade governativa.
Nessa perspectiva, ao longo de todos estes anos, o erro principal de Portas terá sido a antecipação do projecto PP antes do seu tempo natural. Ele ter-se-á eventualmente convencido que o fim do cavaquismo era o princípio do fim do PSD e que, nessa altura, a transformação do CDS em Partido Popular poderia fazer ao partido laranja o que o PP de Fraga fez à velha UCD. Estava enganado. O fim do cavaquismo só virá nas próximas legislativas, com a derrota ou até com a eventual vitória de Manuela Ferreira Leite, a última das líderes do partido geradas politicamente por Aníbal Cavaco Silva. Depois dela, no dia 28 de Setembro ou em futura data incerta, dificilmente se seguirá alguém da safra do actual Presidente da República.
Esta última ideia tem um corolário evidente: o de que Paulo Portas nunca acreditou seriamente em protagonizar, ele mesmo, a liderança da direita portuguesa. Se o tivesse, teria aguardado pela decadência previsível do PSD, para protagonizar uma tentativa de unificação da direita sob o sua chefia. Não seria um número fácil, mas, ao estado que o PSD chegou nos últimos anos, também não seria impossível. Quando muito perderia mais algumas vidas políticas na jogada, o que, como já se viu em situações muito mais difíceis, não lhe seria fatal. O pior que poderia suceder-lhe era manter o seu património natural que é o CDS, que é o que ele possui há catorze anos. Não ficaria mais pobre por isso.
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