25 agosto 2009

a esquerda caviar II

Laurinda Alves pode estar de férias, mas não abandona o esquerdalho, como diz José de Pina.
As mulheres e as crianças violadas no Congo; a dignidade dos que nascem do lado de lá da vida, mas que podiam ser do lado de cá, e que a deixam “profundamente devedora”; a coragem do resistente que chama nomes ao homem branco; o drama dos eritreus, dos sudaneses, dos somalis, dos afegãos e dos vietnamitas; os doentes; os órfãos; os tristes de toda a espécie.
Felizmente que Laurinda Alves não teve de sofrer na pele todas estas injustiças e iniquidades. Conhece-as, e sofre com elas, porque leu qualquer coisa no “The Guardian” ou no “New York Times”. Depois, é só imaginar-se no lugar das vítimas e debitar emocionalismo.
Debitar emoções é o máximo divisor comum da cultura humana, qualquer pessoa sabe o que é a tristeza ou a alegria, mesmo que nada saiba de tudo o resto. E LA debita emoções à velocidade da luz.
Deve ter sido por isso que um taxista de Lisboa lhe deu uma gorjeta. Estava farto de a ouvir e queria vê-la pelas costas.

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