13 agosto 2009

libertarianismo

A razão é a faculdade de estabelecer relações lógicas entre conceitos e proposições. É o único meio de acesso ao conhecimento e também o único que permite a sua validação, especialmente no que se refere ao conhecimento científico.

É tão banal afirmar que o Homo Sapiens é um animal racional que nunca reflectimos sobre esta ideia. Teremos todos a mesma capacidade racional? Seremos todos capazes de formular e compreender princípios abstractos? Estaremos todos dispostos a governar a vida pela razão? E será possível organizarmos a vida em sociedade segundo princípios racionais?

Definitivamente a racionalidade humana é muito variável. Num post anterior esbocei uma divisão entre apris e empis, os apris são hábeis com a razão, intuem com facilidade princípios gerais e aplicam-nos à realidade para a compreenderem e explorarem. Os empis, porém, dependem muito mais da experiência pessoal e da análises de casos concretos, recusando a primazia da razão.

Na minha vida contactei com muito mais empis do que apris e, portanto, estou inclinado a pensar que a maioria dos indivíduos não é tão racional que este epíteto possa ser aplicado, sem hesitação, a toda a espécie.

As filosofias políticas que assentam na assunção acrítica da racionalidade da espécie humana, tal como o objectivismo da Rand, têm poucas possibilidades de se massificarem. Quando muito, os indivíduos com capacidade e que estão dispostos a subordinar as suas vidas à razão, podem formar um clube de amigos ou um think tank. Alimentarem expectativas políticas é que já não me parece muito racional.

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