17 julho 2009

senso comum

Imaginemos que um determinado tratamento custa 100 Unidades. Neste momento, cerca de 50% desse custo refere-se a despesas com pessoal e o restante corresponde a gastos efectivos dos doentes, com a parte hoteleira e com medicamentos e consumíveis.
Se duplicássemos a produtividade do pessoal, que no mesmo período de tempo passaria a tratar dois doentes, o preço pelo tratamento de cada doente baixaria para 75 U, mas a despesa do hospital subiria para 150.
A ideia do nosso comentador RB, de melhorar a produtividade e a eficácia (mais difícil de fazer) das unidades de saúde, ignora este princípio tão elementar: quanto mais doentes tratarmos mais vamos gastar.
Ora tendo Portugal atingido, no meu ponto de vista, o limiar das despesas possíveis na saúde, que fazer?
A minha resposta é a seguinte: vamos entregar às populações o máximo de recursos que neste momento podemos gastar (regionalizar), vamos dar-lhes autonomia para gerir esses recursos (descentralizar), vamos estabelecer limites globais (benchmarking) e vamos deixá-los prioritizar as suas próprias necessidades.
Em muitos casos, com programas de higiene e de prevenção, é possível poupar. Talvez tenhamos de cortar na reprodução assistida, ou nas “despesas do último ano de vida”, quem sabe?
Deixem essas decisões, complicadas, aos interessados.
Podemos meter um turbo num Trabant, mas pensar que os gastos vão diminuir... Valha-nos Deus.

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