Ainda a propósito das recentes eleições para o Parlamento Europeu, na edição de sábado do Público encontrei um excelente artigo de Eduardo Cintra Torres (ECT) acerca do assunto. Escrevia o colunista de que a opinião pública portuguesa, na ressaca das eleições e do falhanço estrondoso das sondagens, deveria ter sido mais exigente em relação a estas empresas que publicaram estimativas profundamente incorrectas dos resultados previstos. E que para além das próprias estimativas e metodologias utilizadas, estavam em causa questões éticas e deontológicas, apontando para o facto de que a única sondagem favorável ao PSD tenha sido "metida na gaveta" pelas duas instituições que detinham o seu exclusivo.
De facto, mal se souberam os resultados iniciais, a primeira justificação que me ocorreu foi justificar os desvios face às sondagens com base na elevada abstenção. Mas, pensando melhor, e socorrendo-me de pessoas na área da estatística e da econometria (a estatística aplicada à economia), essa justificação não colhe, embora, sejamos francos, daí até qualquer teoria da conspiração vá uma grande distância. Enfim, eu nunca participei em qualquer sondagem (algo, desde já, estranho tendo em conta a reduzida dimensão do nosso país), mas por aquilo que vou retirando de conversas com pessoas que já estiveram na execução de inquéritos concluo que, porventura, o universo amostral das sondagens portuguesas não cumprirá o conjunto de requisitos técnicos que deviam cumprir, a fim de chegarem a amostras representativas do eleitorado nacional. Porquê? Isso já não sei!
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