24 junho 2009

conservadorismo


Como o Miguel observou aqui, em comentário a este post, uma das principais diferenças entre as populações dos países protestantes e as dos países católicos é a sua atitude em relação à verdade. Para as primeiras, a verdade é sempre temporária e dinâmica, ao passo que para as segundas a verdade é permanente e estática. Ideias como crescimento, reforma, aprendizagem permanente, progresso, são ideias eminentemente protestantes, e que só muito tardiamente têm vindo a ser recebidas pelas populações católicas, e daí também a cultura progressiva dos países protestantes em comparação com o conservadorismo (para alguns, reaccionarismo) que é tipico dos países católicos.
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Esta diferença é o resultado de na tradição protestantes todos serem admitidos à procura da verdade, enquanto na tradição católica esta procura é reservada a uma corporação de especialistas - o clero - e em última instância a verdade é decidida por uma pessoa (o Papa). A consequência desta diferença é que os países protestantes desenvolveram uma cultura de racionalidade entre o povo que não existe nos países católicos, sendo esta cultura aqui reservada aos membros da corporação. Sem tradição de racionalidade no povo, a discussão democrática dos assuntos de interesse comum torna-se nestes países uma miragem, para se centrar emocionalmente nesta ou naquela pessoa que, aos olhos da população, poderá ser o detentor da verdade.

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