Há cerca de um mês estive com gripe. Não uma vulgar constipação, mas aquela doença que agora toda a gente sabe que se chama Influenza. Tratei-a com uns Ben-u-rons e com chás de limão com mel. Não dei qualquer despesa ao SNS e não terei gasto, do meu bolso, mais do que uns 5 euros.
Se fosse agora, como tudo seria diferente. Como sou médico poderia ter contraído o vírus da Influenza A H1N1 de um doente que tivesse estado em contacto com alguém que tivesse estado em contacto com alguém que tivesse ido... ao México?
Julgo que as autoridades sanitárias me aconselhariam, para meu bem, uma estadia (quarentena) num hospital de doenças infecto-contagiosas como o Joaquim Urbano (mais conhecido por goelas de pau). Uns 5 dias a 500,00 €/dia, mais umas análises de sangue a uns 200,00 € cada, a confirmar no RU, num laboratório que tem uma convenção com a OMS. E por fim umas visitas ao domicílio para assegurar que tenho em casa as condições necessárias para uma convalescença feliz. Por alto, estaremos a falar de uma despesita aí de uns 3.000,00 €, para tratar uma gripe.
Penso que nenhum sistema de saúde resiste a isto. A histeria dos órgãos de comunicação social, os “lóbbies” das indústrias ligadas à saúde e a “saúde pública defensiva” praticada pelos responsáveis políticos, conduziu a uma situação insustentável e até um pouco patética.
Será isto que a populaça quer?
Sem comentários:
Enviar um comentário