28 maio 2009

má consciência

Este género de comparações feitas reiteradamente por padres e responsáveis da Igreja Católica (desta vez, pelo Cardeal António Cañizares, na fotografia), sobre a gravidade relativa de práticas abortivas e de abusos sexuais, são ofensivas, infames e denotam má consciência de quem as faz. Há coisas que pela sua gravidade absoluta – e um aborto e a pedofilia são dois casos exemplares -, não devem servir para comparações relativas, das quais sempre resulta o abono de uma delas. No caso das comparações feitas por padres católicos, saem sempre abonadas as práticas pedófilas.

Dado o excesso e a frequência de declarações deste teor, sempre muito veiculadas pela comunicação social, não seria pior que o Papa, sem dúvida um homem sensato cuja teologia não deve compreender nem aceitar esta relativização do pecado, mandasse calar esta gente. Ou, em alternativa, mandar publicar um índex dos pecados, hierarquizando-os do menor ao maior, do menos para o mais grave, de modo a que sempre que estejamos à beira de cometer um, possamos procurar um outro que nos alivie mais a alma.

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