21 maio 2009

dos poucos


Nos comentários ao meu post anterior, levantaram-se interrogações sobre quais são os meus comentadores preferidos. Seguramente, o Miguel e o D. Costa são dois deles. São educados, condição primeira para se manter um debate intelectual. São construtivos, embora por vezes críticos. E possuem a capacidade do pensamento abstracto - uma capacidade rara nos portugueses. São, pois, dos poucos habilitados a discutir ideias.
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Quanto à maior parte dos comentários que aparecem nas caixas, a minha opinião deve ser conhecida - lixo. Mas eu serei a última pessoa a limpá-lo. Eu sinto-me feliz a pensar que o PC permanece, como laboratório, o exemplo absoluto da liberdade de expressão em Portugal - e dos resultados a que ela conduz - e, neste sentido é a maior reivindicação das teses que desenvolvi sobre este tema.
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Eu recordo um pequeno comentário que o Miguel fez há alguns meses a meu respeito e que me tocou particularmente. Já não sou capaz de localizá-lo. Dizia assim: "O Pedro Arroja é um democrata". Acho que me fez justiça. Acho que sou um democrata, apesar de ser um crítico cada vez mais feroz da democracia - e um dos muito poucos democratas que existem em Portugal (Alexandre Herculano achava que era o único do seu tempo). Porquê? Porque na blogosfera como em outros lugares nunca reclamei para mim oportunidades que não reconheça também, e frequentemente em primeiro lugar, aos outros. É claro que não reconheço esse estatuto à maior parte dos comentadores que aparecem por aqui a reivindicá-lo. Encontrar democratas em Portugal é um verdadeiro milagre. No fim, ser democrata é respeitar a regra de ouro: "Faz aos outros ...". O resto é conversa fiada.

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