21 maio 2009

a crise

A crise portuguesa não é circunstancial, mas estrutural. Não é consequência da famigerada “crise internacional”, que bom jeito tem feito ao governo, mas da falta de condições que o país oferece, ou não oferece, aos portugueses e aos empresários para acumularem capital e criarem riqueza. A quebra do investimento estrangeiro, a deslocalização das empresas, as falências em catadupa, o crescimento do desemprego têm pouco a ver com a crise do subprime ou com outras quaisquer que sejam alheias à nossa pungente realidade. A nossa crise deve-se ao estatismo endémico português que teve a arrogância de pretender substituir-se à sociedade e aos indivíduos. O resultado, agora, está à vista: o estado não chega e os cidadãos não têm para o substituir e também já não sabem viver sem ele. Portugal é, hoje, um país inviável, que subsiste graças ao facto de estar localizado no extremo ocidental da Europa e de existir a União Europeia. Não fora isso e as imagens dos portenhos argentinos com o panelaço de 2002 seriam idílicas comparadas com o que nos sucederia.

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