11 abril 2009

totalmente estranha


Os partidos políticos que são típicos da democracia parlamentar moderna são os herdeiros directos das divisões e das guerras religiosas que ocorreram no norte da Europa em resultado da Reforma Protestante do século XVI.

Na Inglaterra, considerada o berço da democracia partidária, os Whigs (mais tarde, Partido Liberal) e os Tories (mais tarde, Partido Conservador) nasceram como tendências em torno da questão que em 1688-89 dividiu profundamente a Inglaterra - o catolicismo do rei James II. Os Tories, predominantemente anglicanos, defendiam o rei, e os Whigs, predominantemente presbiterianos, opunham-se-lhe. (Cf. aqui e aqui)

A questão conduziu a uma guerra civil - The Glorious Revolution - e à deposição de James II bem como à proibição de o rei de Inglaterra professar a religião católica, uma proibição que se mantém até hoje. O ano de 1689 marca o início da democracia partidária em Inglaterra.

O ponto importante que gostaria de salientar neste post é que os partidos nunca poderiam ter nascido num país como Portugal, constituido por uma população homogeneamente católica, onde nunca houve divisões religiosas e muito menos guerras religiosas. Os partidos são uma instituição totalmente estranha à cultura portuguesa.

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