A sociedade portuguesa é imensamente débil. Não dispõe de instituições representativas, é economicamente pobre, tem falta de empresas sólidas e competitivas no mercado único europeu, uma taxa de desemprego elevado, uma percentagem absurda de funcionalismo público, isto é, de pessoas que trabalham no estado e não na economia (mas que são pagos por esta), níveis de educação superior muito baixos. Seria obviamente abusivo defender a tese de que este estado de coisas tem origem recente, sequer no regime democrático, embora este tivesse a obrigação de o ter melhorado. Ele é muito mais antigo, perdendo-se na própria história do país, havendo mesmo quem o considere endémico. Seja qual for a sua origem e explicação, a fragilidade social portuguesa é o principal problema que obsta ao desenvolvimento do país e que permite os abusos da soberania. Qualquer transformação política terá de começar por aqui. É por isso que ela é difícil e que todas as ténues tentativas recentes têm falhado.
Sem comentários:
Enviar um comentário