27 abril 2009

regionalização



O Público de hoje traz um editorial de Manuel Carvalho a sugerir a regionalização como solução para a reforma do Estado.

Eu já fui um adepto da regionalização. Foi no final dos anos oitenta, princípios dos anos 90 quando Portugal aderiu à UE, os fundos para o desenvolvimento regional abundavam e eu, irreflectidamente, ainda acreditava que Portugal se iria tornar um país de democracia-liberal semelhante aos países do norte da Europa e da América do Norte. Eu hoje continuo a ser um adepto da regionalização e da democracia-liberal - desde que não seja para Portugal, Espanha, Itália, México, Brasil, Argentina e todos os demais países de tradição católica.

Passados mais de vinte anos, estou convencido que os portugueses não possuem, nem nunca possuirão, a cultura democrática que torna a regionalização uma instituição valiosa nos países de cultura protestante, como a Alemanha, a Suíça, os EUA e o Canadá. Em Portugal, ela seria imediatamente partidarizada, poria portugueses contra portugueses, criaria uma nova camada de políticos e de funcionários e, sob circunstâncias excepcionais, não é certo que não levasse a uma guerra civil. Nas graves condições económicas, sociais e políticas que se avizinham, os portugueses precisam de instituições que os unam. Para os desunir já chegam os partidos. A regionalização seria outro factor de desunião.

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