26 abril 2009

à procura


O Presidente da República voltou a falar em Verdade no seu discurso de ontem. A procura da Verdade parece acompanhar as crises da democracia em Portugal. Salazar elegeu a Verdade como um dos seus valores políticos principais logo depois de ascender ao poder ainda como ministro das finanças, revelador de que os portugueses estavam sequiosos de Verdade, como parecem estar agora.

Porém, não será no actual regime de democracia-liberal que os portugueses vão encontrar a Verdade. Este regime evoluiu precisamente porque em certos países - os países protestantes - se aceitou e reconheceu que não existe a Verdade, mas que só existem verdades - isto é, que a verdade é relativa. Por isso, as instituições da democracia-liberal não estão feitas para encontrar a Verdade, mas apenas para assegurar que as diferentes verdades se exprimem em condições de equidade ou de justiça. A democracia-liberal não atribui importância à Verdade, em primeiro lugar porque não acredita nela.

Os países católicos, como Portugal, acreditam na Verdade, como se vê pelos constantes apelos que lhe vão sendo feitos. Mas que significado pode então possuir esta procura crescente dos portugueses pela Verdade? Significa que eles andam à procura de um homem. Na tradição católica a Verdade existe e está num homem. Para esta tradição Cristo é a verdade em pessoa.

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