O número de desempregados em Portugal aumentou 65 mil no mês de Março, um record em mais de trinta anos. Mesmo na Alemanha, o desemprego está a tornar-se explosivo. Em Espanha, as coisas estão assim, a taxa de desemprego já vai em 17.4%. A situação económica na Europa e na América tem cada vez mais semelhanças com os anos 20 e 30.
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O proteccionismo económico e o recurso a soluções políticas autoritárias, como sucedeu então, parecem-me também agora inevitáveis. A democracia prepara-se para entrar num período de enorme desprestígio, como também aconteceu na altura. E o mercado também. De facto, a crise actual é devida à democracia e ao mercado. É uma crise da democracia-liberal.
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Quando o desemprego aumenta em massa e as pessoas não têm dinheiro para sustentar a família, elas deixam de acreditar em parlamentos e em governos democráticos, sempre com as oposições a desfazer, para lhes resolverem os problemas. E a ideia do liberalismo económico perde a prioridade perante as necessidades imediatas da sobrevivência.
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Em períodos de crise prevalece a mentalidade tribalística, porque é em tribo que desde sempre se governaram as comunidades mais primitivas e mais pobres. A tribo tem um chefe e as liberdades de cada um ficam severamente condicionadas. Os ditadores dos anos 20 e 30 começaram por ser czars económicos (Salazar é um caso típico) que rapidamente se converteram em czars políticos.
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