21 março 2009
valsa a 3 tempos
1º Tempo: Mário Soares demonstra indignação.
Por outro lado, ninguém parece ter sido responsável pela crise, embora se saiba que há quem está ainda agora a ganhar, especulativamente, com ela. Esse é outro ponto que as pessoas sentem, sobretudo as mais afectadas e que sabem serem-lhes devidas explicações, por quem de direito. A impunidade que parece cobrir os responsáveis e o sentimento de que as roubalheiras e a corrupção são vistas como uma fatalidade, sem remédio - que a justiça não actua, mas tudo se sabe ou julga saber por "fugas" sistemáticas que chegam aos meios de comunicação social e são difundidas sem explicação e, às vezes, por forma contraditória -, é um veneno que azeda as pessoas e as torna maldizentes, cínicas, desencantadas. Não é nada bom para o futuro da sociedade portuguesa. Ora é ao Governo que compete definir o novo rumo e dar garantias para que não fique tudo na mesma...
2º Tempo: Mário Soares aceita ser testemunha abonatória de Jardim Gonçalves.
Os antigos Presidentes da República, Ramalho Eanes e Mário Soares, vão ser testemunhas abonatórias do ex-presidente do Banco Comercial Português (BCP), Jardim Gonçalves, no processo de investigação que as autoridades de regulação e supervisão têm em curso sobre o banco.
A edição desta sexta-feira do ‘Jornal de Negócios' revela que a lista de testemunhas abonatórias de Jardim Gonçalves é extensa e com várias personalidades, entre as quais, um antigo primeiro-ministro, vários ex-ministros das Finanças, banqueiros e gestores e ex-administradores do BCP, além do general Ramalho Eanes e Mário Soares.
3º Tempo: Mário Soares alerta para o reviralho.
Mário Soares afirma que está criado um clima de desconfiança e de revolta e que a crise está a generalizar-se na Europa, pelo que Portugal não deverá ficar indiferente aos sinais à sua volta, refere num artigo de opinião, publicado no «Diário de Notícias».
«Com as desigualdades sociais sempre a crescer, o aumento do desemprego que previsivelmente vai subir imenso, em 2009, a impunidade dos banqueiros delinquentes, o bloqueio na Justiça, e em especial, do Ministério Público e das polícias, estão a criar um clima de desconfiança - e de revolta - que não augura nada de bom», adverte o antigo Presidente da República, que ainda deixa conselhos:
«Oiçam-se as pessoas na rua, tome-se o pulso do que se passa nas universidades, nos bairros populares, nos transportes públicos, no pequeno comércio, nas fábricas e empresas que ameaçam falir, por toda a parte do País, e compreender-se-á que estamos perante um ingrediente que tem demasiadas componentes prestes a explodir».
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