06 março 2009

unbelievable

Numa altura de recessão económica, com o desemprego a atingir os 10% e notícias diárias de falências, os lucros astronómicos da EDP e da GALP são uma vergonha nacional. Porquê? Porque são empresas que funcionam em regime de “quase monopólio” e que praticam preços mais elevados do que as suas congéneres europeias, contribuindo para destruir a competitividade das outras empresas. Tudo com o beneplácito do governo!
Ontem, o CEO da Galp, na TV, congratulou-se com os resultados da sua empresa, aproveitando para afirmar que estaria disposto a criar cerca de 6000 empregos para minorar a crise. São afirmações que não se conseguem interpretar. A Galp não é nenhuma caixa de previdência e essa esmola talvez não fosse necessária se a política de preços da petrolífera não contribuísse activamente para criar desemprego em Portugal.
Os principais accionistas da EDP e da Galp demonstram uma clara visão de curto prazo. Numa altura destas já seria excelente que estas empresas dessem um lucro normal, os resultados extraordinários que tiveram podem ser um grande tiro pela culatra. Em primeiro lugar porque hostilizam os pequenos investidores. Em segundo lugar porque podem estar a criar um clima favorável a uma futura renacionalização destas empresas.
Nenhuma empresa pode ter sucesso, a longo prazo, se criar valor para os accionistas e destruir valor para o País.

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