05 março 2009

turbosolução

Comprei um carro porreiro, mas não tenho dinheiro para o manter. Ainda por cima o veículo gasta que se farta e, como ando pouco, o preço por quilometro sai caríssimo. Que fazer?
É muito simples, meto-lhe um turbo e passo a andar mais com o carro. Assim, o preço por quilometro vai descer!
O que é que está errado com este raciocínio? O que está errado é que as despesas totais de manutenção do veículo não vão descer, provavelmente vão aumentar. O carro, com o turbo, tem de ir à garagem mais vezes e, como ando mais quilómetros com ele, mesmo que poupe um pouco por quilometro, a despesa aumenta.
Quando se analisam os problemas do SNS, há uma tendência enorme para cair neste erro. Constatamos que o SNS tem ineficiências e que há desperdício. Logo, pensamos em meter o turbo...
Aumentar a eficácia de uma organização que presta serviços gerais, universais e gratuitos, só pode contribuir para aumentar os gastos globais dessa organização porque é sempre possível dispensar mais e mais e mais.
Li com muito interesse a intervenção do RAF, para o Fórum Portugal de Verdade, e a minha primeira impressão é que RAF faz uma boa análise, mas apresenta apena uma turbosolução.
Voltarei a este assunto noutros posts.

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