10 março 2009

SNS XVI

Uma grande organização não tem capacidade para implementar inovações de descontinuidade. Traduzi a expressão “disruptive innovations”, do Clayton M. Christensen por inovações de descontinuidade. São inovações que mudam radicalmente uma indústria, melhorando a oferta de produtos e serviços. As “low-cost”, por exemplo, são uma inovação de descontinuidade relativamente às companhias aéreas tradicionais.
O autor que citei dá um exemplo deste princípio e aponta uma solução. O exemplo são as empresas que fabricavam e vendiam “mainframe computers” (MC) no final dos anos 70.
Quando surgiram os PC’s, nenhum dos fabricantes de MC tinha qualquer utilidade para estas maquinetas e, portanto, não se interessaram por este segmento do negócio. Ora a história é conhecida, dos três principais, a Control Data Corporation, a Digital Equipment Corporation e a IBM, só a IBM sobreviveu. Porquê?
A IBM intuiu a importância dos PC’s e estabeleceu uma unidade de negócios autónoma para os computadores pessoais, na Flórida, com capacidade para competir directamente com todas as outras unidades da IBM. Eventualmente esta unidade teve sucesso e só a IBM sobreviveu à evolução.
Podemos estabelecer, com razoável segurança, que uma organização como o SNS também não tem capacidade de promover e liderar inovações de descontinuidade. Este factor está agravado pela situação de quase monopólio de Estado. Como exemplo, pergunto se uma companhia aérea de bandeira poderia, por iniciativa própria, transformar-se numa “low-cost”? Claro que não.
Torna-se então necessário que o SNS opte pela solução IBM. Na minha opinião o MS deve criar um centro de inovação, autonomizando uma unidade de saúde para este propósito. É necessário melhorar a qualidade e baixar os custos dos serviços de saúde, promovendo soluções de descontinuidade.

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