18 março 2009

o modelo europeu

Para ser uma fonte de profunda satisfação, uma actividade humana tem de cumprir requisitos precisos. Tem de ser importante (ninguém obtém uma satisfação profunda de coisas triviais. Tem de “ter saído do pêlo” (daí dizer-se que o que é barato não tem valor). E temos de ter sido responsáveis pelas consequências.
Não há muitas actividades na vida que cumpram estes requisitos. Ser um bom parente? Qualifica. Manter um bom casamento? Também. Ser um bom vizinho e amigo do seu amigo? Qualifica. E ter sido excepcional numa actividade que requer o nosso melhor? Também. Deixem-me ser mais formal, quais são as instituições através das quais obtemos as maiores satisfações da vida? A resposta é que só há quatro: a família, a comunidade, as vocações e a fé. A comunidade pode incluir pessoas geograficamente dispersas e as vocações podem incluir a luta por causas.
Não é necessário que um indivíduo se realize em todas estas quatro áreas, nem eu as coloco em qualquer hierarquia. Apenas afirmo que só existem estas quatro áreas. A matéria da vida – os eventos que rodeiam o nascimento, a morte, a educação dos filhos, o desenvolvimento do nosso pleno potencial, lidar com a adversidade, relações íntimas – o modo como lidamos com a vida como ela existe à nossa volta, em toda a sua riqueza – ocorre nestas quatro instituições.
Nesta perspectiva, a função das políticas sociais é assegurar que estas instituições são robustas e cheias de vitalidade. E esse é o problema com o modelo social Europeu. Não o faz. Pelo contrário, enfraquece cada uma desta instituições.

Charles Murray
AEI

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