Esta peça exibicionista evoca um trauma narcísico e um desconforto com o género que simultaneamente traduz a inveja do falos e a fantasia erótica, e sadomaso, da dilaceração pélvica.
A vulva exposta e projectada em múltiplas pombas brancas revela uma obsessão vaginal aliada a um medo infantil que reclama uma gaiola protectora, qual cinto de castidade, que protege a cidadela das tropas invasoras, da conquista e da violação.
A figura feminina concentra-se no seu mundo sexual. Indecisa entre a infantilidade e a maturidade. Com os pés na terra, mas com a psique no inferno. É a mulher que olha para dentro e vê a sombra. É a mulher que olha para dentro e vê outras. Outras pombas, outras mulheres. A minha pomba é doutras pombas, nenhum macho lhe toca.
Enjoy Zazie, Via Cocanha
Sem comentários:
Enviar um comentário