Quando, perante um fórum, eu explico o comportamento dos portugueses e o funcionamento da sociedade portuguesa como resultado da sua tradição católica - tal como tenho vindo a fazer neste blogue -, normalmente alguém emerge da audiência para objectar. "Tudo isso que disse pode ser muito interessante, mas não se aplica a mim, porque eu não sou religioso e nunca vou à missa".
Antes de expor como geralmente lido com a objecção, gostaria de chamar a atenção para uma característica distintamente portuguesa que ela contém - o excepcionalismo dos portugueses. O português típico é excepcionalista, aquilo que se aplica aos outros não se aplica a ele. Ele vê-se a si próprio como a única excepção que Deus poupou aos defeitos de toda a humanidade. (Como explico abaixo, ser religioso, para os portugueses, é um defeito).
A primeira forma como lido com a objecção consiste em perguntar ao meu interlocutor se as ideias que ele possui, em particular as ideias morais (honestidade, lealdade, falar verdade, etc.) foram inventadas por ele. Normalmente, o diálogo fica por aqui. Ocasionalmente, obtenho como resposta que foram os pais que lhas ensinaram em casa, o que só me leva a reformular a questão: "E foram os seus pais que as inventaram?".
Aquilo que eu concedo imediatamente ao meu interlocutor é em aceitar a sua afirmação de que não é religioso. Não sem acrescentar, logo de seguida, que ele não é uma excepção, bem pelo contrário, é até muito representativo dos portugueses porque os portugueses, na sua esmagadaora maioria, não são religiosos. Os portugueses até consideram a religiosidade - a qual consiste em seguir rigorosamente os preceitos dos Evangelhos - um defeito protestante. Aquilo que os portugueses são é devotos, o que me leva de volta ao catolicismo.
A característica distintiva do catolicismo não é a religiosidade, mas a devoção. A religiosidade é uma característica do protestantismo, não do catolicismo. O católico típico venera ou adora um símbolo divino, normalmente pessoalizável, Deus, Cristo, em Portugal mais frequentemente a Virgem ou um Santo. E, depois, estabelece com ele um pacto íntimo, uma espécie de negócio em que se traduz a sua devoção: faz-lhe umas preces e, no caso de serem atendidas, em paga oferece-lhe uma velinha.
Antes de expor como geralmente lido com a objecção, gostaria de chamar a atenção para uma característica distintamente portuguesa que ela contém - o excepcionalismo dos portugueses. O português típico é excepcionalista, aquilo que se aplica aos outros não se aplica a ele. Ele vê-se a si próprio como a única excepção que Deus poupou aos defeitos de toda a humanidade. (Como explico abaixo, ser religioso, para os portugueses, é um defeito).
A primeira forma como lido com a objecção consiste em perguntar ao meu interlocutor se as ideias que ele possui, em particular as ideias morais (honestidade, lealdade, falar verdade, etc.) foram inventadas por ele. Normalmente, o diálogo fica por aqui. Ocasionalmente, obtenho como resposta que foram os pais que lhas ensinaram em casa, o que só me leva a reformular a questão: "E foram os seus pais que as inventaram?".
Aquilo que eu concedo imediatamente ao meu interlocutor é em aceitar a sua afirmação de que não é religioso. Não sem acrescentar, logo de seguida, que ele não é uma excepção, bem pelo contrário, é até muito representativo dos portugueses porque os portugueses, na sua esmagadaora maioria, não são religiosos. Os portugueses até consideram a religiosidade - a qual consiste em seguir rigorosamente os preceitos dos Evangelhos - um defeito protestante. Aquilo que os portugueses são é devotos, o que me leva de volta ao catolicismo.
A característica distintiva do catolicismo não é a religiosidade, mas a devoção. A religiosidade é uma característica do protestantismo, não do catolicismo. O católico típico venera ou adora um símbolo divino, normalmente pessoalizável, Deus, Cristo, em Portugal mais frequentemente a Virgem ou um Santo. E, depois, estabelece com ele um pacto íntimo, uma espécie de negócio em que se traduz a sua devoção: faz-lhe umas preces e, no caso de serem atendidas, em paga oferece-lhe uma velinha.
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"Fazer um pedido ou meter uma cunha a um amigo ou conhecido e, no caso de ser atendido, oferecer-lhe umas garrafas pelo Natal". É isto que é ser católico, à frente de tudo o mais.
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