12 fevereiro 2009

Quem sabe nunca se engana


"O meu nome há-de ser retirado da ponte..."
(Salazar, 30 de Julho de 1966, ibid., p. 235)
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E foi.
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Qual a diferença, do ponto de vista intelectual, entre Salazar e os políticos da Democracia?
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Salazar era um intelectual de primeira categoria e é uma pena que não tenha podido fazer a carreira universitária para que estava vocacionado. Possuía, em elevado grau, um atributo que é raro entre os portugueses - a capacidade para pensar em abstracto. Daí a sua capacidade para prever Portugal mesmo para além da sua morte. Neste aspecto, o melhor da sua qualidade para teorizar encontra-se no ambiente informal das entrevistas concedidas a António Ferro e a Christine Garnier.
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Da enorme massa humana que era a sociedade portuguesa do seu tempo, e a de que rezavam as crónicas da história, ele abstraiu os aspectos principais e, com eles compôs um retrato extraordinariamente fiel do que é ser português. Depois, fez-lhe o fato à medida, ajustado não apenas à fisionomia do cliente, mas também às circunstâncias do seu tempo.
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Diferente é a postura dos políticos da Democracia. Trazem o fato importado de fora, e depois tentam meter o português lá dentro.

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