01 fevereiro 2009

o compadre



Já não há mouros nem cristãos, não há nobres e vilões, não há legitimistas e constitucionais, não há cartistas e patuleias. A sociedade portuguesa acha-se dividida em dois únicos campos distintos e diversos: os que vivem no compadrio e os que não vivem no compadrio. Uns são os exploradores, os outros os explorados; uns pagam, os outros recebem; uns são os gordos, os outros os magros; uns mandam, os outros servem.

Por isso, o compadre deve ter na consideração dos povos um trono, um altar e um andor.

(Ramalho Ortigão e Eça de Queiroz, As Farpas: "A Grande Festa Nacional", 1882)

Sem comentários: