14 fevereiro 2009

apolíticos?

A Igreja Católica tem todo o direito e até o dever de se manifestar contra o casamento gay e pode (e deve, no meu entender) recomendar aos católicos que não votem em partidos políticos que promovam ou apoiem esta medida.
É um disparate completo afirmar o contrário. Estamos a falar de valores e de tradições profundamente enraizados na nossa cultura e que a Igreja Católica tem defendido, ao longo de 2000 anos.
Bento XVI, na sua primeira Exortação Apostólica (2007), recordou aos fiéis que “o respeito pela vida humana, a sua defesa desde a concepção até à morte natural, a família fundada no casamento entre um homem e uma mulher, a liberdade de educar os filhos e a promoção do bem comum, são valores inegociáveis”. Concordo, se permitirmos que se alterem estes princípios abrimos uma caixa de Pandora.
O Estado deve ser laico, mas a Igreja não deve ser apolítica. Especialmente quando a política nos entra pela porta dentro e se senta à mesa connosco. Quando a política quer assumir a educação dos nosso filhos e, por fim, quando os políticos se querem intrometer “no que se passa debaixo dos lençóis”.
É nesta fronteira entre o que é público e o que deve permanecer privado que a Igreja, ou quaisquer outras instituições cívicas, devem pôr limites à acção política, por todos os meios ao seu alcance.

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