Na Civilização Ocidental, ao longo dos últimos dois milénios, existem apenas duas formas puras de organização social, e portanto também apenas duas teorias políticas puras. Assim sendo, qualquer sociedade (ou teoria política) em concreto representa ou uma destas duas formas puras ou é uma mistura envolvendo elementos de ambas, com pendor para uma ou outra, segundo as circunstâncias do tempo e do lugar.
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O meu propósito neste post é o de descrever algumas das traves mestras destas duas formas de organização social pura, ou correntes do pensamento político, a que chamarei C e P, respectivamente. (Não estou a pensar em nenhum país em particular.)
Cada uma destas formas de organização social (ou teorias políticas), na sua forma pura, pode ser representada por um triângulo - a sociedade C por um triângulo em posição normal, a sociedade P por um triângulo em posição invertida (ver figura). Cada ponto no interior e nos lados do triângulo pode ser visto como uma pessoa, e a massa de todos os pontos do triângulo como a sociedade no seu conjunto.
A sociedade C tem uma base ampla (Parte B do triângulo: povo) e fecha-se numa elite (Parte A). Pelo contrário, a sociedade P assenta numa elite (parte A) muito estreita e abre-se numa grande frente popular (Parte B).
A sociedade C é pluralista na base - isto é, no povo - e a sua unidade é assegurada pela elite. Pelo contrário, a sociedade P é unitária na base (elite) e o seu pluralismo é assegurado pelo povo. A sociedade C exibe unidade na sua pluralidade; a sociedade P exibe pluralidade na sua unidade.
A sociedade C é hierárquica e as suas figuras mais visíveis são as que pertencem à hierarquia (topo do triângulo ou Parte A); pelo contrário, a sociedade P é igualitária e as suas figuras mais visíveis são as que pertencem ao povo (idem).
Ambas as sociedades estão sujeitas a crises e, em última instância, ao colapso, e isso acontece quando perdem as suas respectivas elites. A perda da elite pode ser vista como um corte na parte superior do triângulo no caso da sociedade C, e na parte inferior do triângulo invertido no caso da sociedade P (Em ambos os casos tarat-se de um corte nos triângulos pelo pequeno traço interior junto ao ponto A)
Porém, as crises destas duas sociedades e, em última instância, o seu colapso, manifestam-se de forma muito diferente. No caso da sociedade C, tal ocorre quando o povo quer ocupar o lugar da elite, no caso da sociedade P quando a elite quer ocupar o lugar do povo. Em termos do triângulo, no caso da sociedade C, os lados exteriores do triângulo deixam de estar ligados pelo vértice superior comum, e tendem a abrir para o exterior até cairem para o lado. O triângulo transforma-se então numa enorme linha horizontal - é a representação da anarquia que é a forma típica de colapso da sociedade C. Pelo contrário, na sociedade P, o corte da parte inferior do triângulo faz com que aquilo que resta dele se projecte sobre o solo. A parte de cima do triângulo invertido abate-se sobre a parte de baixo. A sociedade P cai ao jeito do desmoronamento das twin towers com muitos mortos e feridos e muita gente esmagada pelos escombros.
Cada uma destas formas de organização social (ou teorias políticas), na sua forma pura, pode ser representada por um triângulo - a sociedade C por um triângulo em posição normal, a sociedade P por um triângulo em posição invertida (ver figura). Cada ponto no interior e nos lados do triângulo pode ser visto como uma pessoa, e a massa de todos os pontos do triângulo como a sociedade no seu conjunto.
A sociedade C tem uma base ampla (Parte B do triângulo: povo) e fecha-se numa elite (Parte A). Pelo contrário, a sociedade P assenta numa elite (parte A) muito estreita e abre-se numa grande frente popular (Parte B).
A sociedade C é pluralista na base - isto é, no povo - e a sua unidade é assegurada pela elite. Pelo contrário, a sociedade P é unitária na base (elite) e o seu pluralismo é assegurado pelo povo. A sociedade C exibe unidade na sua pluralidade; a sociedade P exibe pluralidade na sua unidade.
A sociedade C é hierárquica e as suas figuras mais visíveis são as que pertencem à hierarquia (topo do triângulo ou Parte A); pelo contrário, a sociedade P é igualitária e as suas figuras mais visíveis são as que pertencem ao povo (idem).
Ambas as sociedades estão sujeitas a crises e, em última instância, ao colapso, e isso acontece quando perdem as suas respectivas elites. A perda da elite pode ser vista como um corte na parte superior do triângulo no caso da sociedade C, e na parte inferior do triângulo invertido no caso da sociedade P (Em ambos os casos tarat-se de um corte nos triângulos pelo pequeno traço interior junto ao ponto A)
Porém, as crises destas duas sociedades e, em última instância, o seu colapso, manifestam-se de forma muito diferente. No caso da sociedade C, tal ocorre quando o povo quer ocupar o lugar da elite, no caso da sociedade P quando a elite quer ocupar o lugar do povo. Em termos do triângulo, no caso da sociedade C, os lados exteriores do triângulo deixam de estar ligados pelo vértice superior comum, e tendem a abrir para o exterior até cairem para o lado. O triângulo transforma-se então numa enorme linha horizontal - é a representação da anarquia que é a forma típica de colapso da sociedade C. Pelo contrário, na sociedade P, o corte da parte inferior do triângulo faz com que aquilo que resta dele se projecte sobre o solo. A parte de cima do triângulo invertido abate-se sobre a parte de baixo. A sociedade P cai ao jeito do desmoronamento das twin towers com muitos mortos e feridos e muita gente esmagada pelos escombros.
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Qual a ideia (ou ideal) central que une a elite na sociedade C e P, respectivamente? Na sociedade C é a ideia (ou ideal) de Deus. Esta ideia é pessoalizável. Por isso, quando a ideia é passada para as bases do triângulo - o povo -, a religiosidade popular confere-lhe várias cambiantes, mas estas são sempre concretas e pessoalizáveis - Cristo, a Virgem, os Santos. Pelo contrário, na sociedade P a ideia (ou ideal) central que une a elite é o Cristianismo. Esta é uma ideia possuindo um carácter abstracto, a qual, quando é passada para a religiosidade popular, se exprime em várias correntes da mesma doutrina cristã.
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Daqui decorrem duas consequências. A primeira é a tendência para formas concretas e pessoalizáveis de pensamento na sociedade C, ao passo que na sociedade P predominam as formas abstractas e impessoais de pensamento. Segunda, na sociedade C a ideia de Deus (ou de Cristo ou da Virgem ou de um Santo) é mais importante do que a ideia de religião, ao passo que na sociedade P é a ideia de religião que é mais importante do que a ideia de Deus (ou de Cristo ou da Virgem ou de um Santo). A sociedade C é mais devota, a sociedade P é mais religiosa.
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Passo agora a analisar as formas de governo próprias de cada uma destas sociedades na sua forma pura. A sociedade C tem no topo da governação um homem (o vértice superior do triângulo) - e uma homem que deve aproximar a imagem de Deus tanto quanto possível - rodeado por homens de elite. Pelo contrário, a sociedade P tem no topo da governação uma multiplicidade de pessoas que são povo (a linha ou conjunto de pontos que representa a base do triângulo invertido). Em consequência, a sociedade C é mal governada por homens vulgares (povo) e a sociedade P é mal governada por homens de elite.
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