03 janeiro 2009

texteis mais baratos


Admitamos agora, no seguimento deste post, que o país A é a Inglaterra, o país B é Portugal, o bem X são texteis e o bem Y é vinho. Este é precisamente o exemplo que David Ricardo utilizou na sua célebre formulação do princípio da vantagem comparativa.

De acordo com este princípio, a Inglaterra especializa-se na produção de texteis abastecendo o seu mercado interno e exportando para Portugal. Portugal especializa-se na produção de vinho abastecendo o mercado nacional e exportando para Inglaterra. Consideremos condições iniciais de autarcia e que metade da população portuguesa está empregada na produção de vinho e a outra metade na produção de texteis.

Abrindo as portas ao comércio internacional livre, metade da população portuguesa vai perder o emprego - aquela metade que está empregada na produção de texteis. Todos os portugueses têm agora acesso a texteis mais baratos - importados de Inglaterra - do que era o caso quando este produto era produzido domesticamente.

Mas para aquela metade da população portuguesa que fica agora desempregada, que benefício é esse de ter texteis mais baratos no mercado se ela, em primeiro lugar, não tem dinheiro para os comprar?

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