As empresas vão à falência em catadupa, o desemprego aumenta, a pobreza atinge níveis nunca vistos, a desconfiança em relação aos políticos e governantes é generalizada, em relação à justiça e a todos os sectores nevrálgicos do país também, a desmoralização é total e ninguém acredita seriamente que o país seja recuperável. Não existe, por outro lado, quem tenha uma ideia estratégica nacional. Por outras palavras, para que serve Portugal? Porque se justifica continuar a dizer que ele é um país soberano, uma empresa que cumpre finalidades que todos sentimos necessárias e que nenhuma outra forma de organização poderia desempenhar? Para além da nossa História, da nossa Língua e de alguma (pouca) Cultura, o que temos para oferecer ao mundo? Galos de Barcelos? Caíram em desuso. Vinho do Porto? É dos ingleses. Turismo no Algarve? Com excepção do golfe, existem centenas de outros destinos mais interessantes e baratos. Condições favoráveis às empresas estrangeiras? Já era. Portugal está a desabar como um castelo de cartas, frágil e insustentável, e ninguém sabe o que fazer. A culpa é da crise internacional? Só para nos enganarmos podemos aceitar essa justificação. A culpa é de um estado que nos tem vindo a empobrecer e a enfraquecer ao longo de décadas, e que, agora, não tem, nem pode ter, solução para a situação que criou, em troca de promessas utópicas e pouco sérias de nos trazer o paraíso para a terra.
Sem comentários:
Enviar um comentário