Os ingleses queriam investigar o primeiro-ministro português? Mas quem é que eles julgam que são? E porque não vão eles investigar o primeiro-ministro deles?
Não há povo que, nos últimos séculos, mais nos tenha feito parecer mal que os ingleses. E, no entanto, nós escorregamos sempre na casca da banana. A excitação com que a notícia está a ser recebida em Portugal, nas capas dos jornais e até nos blogues, parece mostrar que, em lugar de ficar ofendido, pelo menos meio Portugal ficou contente. O caso não é para menos: os INGLESES queriam investigar o primeiro ministro português. E se os INGLESES queriam investigar o primeiro-ministro português, é porque o assunto é sério. Pelo contrário, se fosse algum procurador do Ministério Público a fazê-lo, ninguém o tomaria a sério. Mas, sendo os INGLESES ... a coisa pia mais fino.
Para já, o assunto só está na capa dos jornais portugueses. Em breve, estará na capa dos jornais internacionais. E, então, é que todos nós, portugueses, ficaremos cheios de orgulho. Afinal, não é todos os dias que os INGLESES querem investigar um primeiro-ministro português.
Imaginemos que as coisas se tinham passado (se é que, na realidade, se passaram) ao contrário: os portugueses a quererem investigar o PM inglês. Não é certo que a notícia chegasse aos jornais ingleses, porque os ingleses têm um bom sistema de justiça que lhe respeita o segredo e um grande sentido de decência e orgulho nacional. Mas, se chegasse aos jornais ingleses, era para ridicularizar e humilhar os portugueses na sua pretensão.
Nós, pelo contrário, preferimos humilhar o nosso primeiro-ministro que anda agora por aí a dar explicações públicas umas atrás das outras, como se fosse um menino de escola. E o caso não é para menos. Afinal, foram os INGLESES que queriam investigar o PM português. Enfim, o provincianismo de que falava Pessoa e que, segundo ele, constitui a característica mais marcante do povo português e, seguramente, uma das mais lamentáveis. Traduz-se em aceitar diminuir os nossos e ficar de boca aberta perante os outros.
Não há povo que, nos últimos séculos, mais nos tenha feito parecer mal que os ingleses. E, no entanto, nós escorregamos sempre na casca da banana. A excitação com que a notícia está a ser recebida em Portugal, nas capas dos jornais e até nos blogues, parece mostrar que, em lugar de ficar ofendido, pelo menos meio Portugal ficou contente. O caso não é para menos: os INGLESES queriam investigar o primeiro ministro português. E se os INGLESES queriam investigar o primeiro-ministro português, é porque o assunto é sério. Pelo contrário, se fosse algum procurador do Ministério Público a fazê-lo, ninguém o tomaria a sério. Mas, sendo os INGLESES ... a coisa pia mais fino.
Para já, o assunto só está na capa dos jornais portugueses. Em breve, estará na capa dos jornais internacionais. E, então, é que todos nós, portugueses, ficaremos cheios de orgulho. Afinal, não é todos os dias que os INGLESES querem investigar um primeiro-ministro português.
Imaginemos que as coisas se tinham passado (se é que, na realidade, se passaram) ao contrário: os portugueses a quererem investigar o PM inglês. Não é certo que a notícia chegasse aos jornais ingleses, porque os ingleses têm um bom sistema de justiça que lhe respeita o segredo e um grande sentido de decência e orgulho nacional. Mas, se chegasse aos jornais ingleses, era para ridicularizar e humilhar os portugueses na sua pretensão.
Nós, pelo contrário, preferimos humilhar o nosso primeiro-ministro que anda agora por aí a dar explicações públicas umas atrás das outras, como se fosse um menino de escola. E o caso não é para menos. Afinal, foram os INGLESES que queriam investigar o PM português. Enfim, o provincianismo de que falava Pessoa e que, segundo ele, constitui a característica mais marcante do povo português e, seguramente, uma das mais lamentáveis. Traduz-se em aceitar diminuir os nossos e ficar de boca aberta perante os outros.
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