15 janeiro 2009

ganhar portugal?

Se Luís Filipe Menezes tivesse um sistema nervoso resistente, poderia ter sido um excelente líder do PSD e, quem sabe, um bom primeiro-ministro de Portugal. Ele é, em Vila Nova de Gaia, onde ninguém o contesta, um extraordinário autarca, com obra feita e resultados à vista de todos. Passar de uma cidade como essa para o todo nacional não é tarefa impossível, nem sequer muito difícil.

O problema é que Menezes não aguenta a pressão. Ele ganhou o partido numa disputa cerrada contra Marques Mendes e o execrável baronato laranja que tem desgraçado o partido e a direita nos últimos anos, estava a dizer coisas acertadas e tinha toda a legitimidade para ir a eleições contra José Sócrates. Quem sabe, ganhá-las, ou colocar o actual primeiro-ministro numa situação pós-eleitoral minoritária e insustentável. Não foi capaz de o fazer, porque não resistiu psicologicamente a ataques vindos de meia-dúzia de personagens politicamente irrelevantes, apenas com direito de antena porque estavam a dizer mal dele. Ou seja, não eram os seus críticos que tinham valor político, mas o próprio Menezes de quem eles diziam mal.

Menezes não percebeu isto, e anda agora a perder-se com coisas destas. Ficam-lhe mal, sobretudo porque não se entende se ele é a alternativa ao poder actual no PSD, ou se tem alguma coisa a propor para isso. Enquanto o não esclarecer, é melhor que esteja calado.

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