23 janeiro 2009

até quando?

O PSD só é capaz de se unir no poder. Sá Carneiro, até lá chegar, foi contestado internamente e perdeu mais de meia bancada parlamentar, por ser, segundo os seus detractores, muito conflituoso e incapaz de se entender com o Presidente da República. Cavaco foi execrado por largas franjas do partido (os barões, a aristocracia laranja do seu tempo), até ganhar a primeira maioria absoluta. Durão Barroso teria aguentado pouco tempo mais, caso António Guterres não lhe tivesse entregado o governo de bandeja. Todos os outros líderes não conseguiram içar o partido ao poder, e, por isso, aguentaram pouco tempo. E todos foram corridos, na expectativa de que quem lhes sucedesse fizesse melhor.

O poder pelo poder é a razão única da existência do partido laranja. De tempos a tempos, aparece alguém que dá sentido à agremiação: Sá Carneiro usou-o para levar a direita ao governo e normalizar o regime, Cavaco desenvolveu um extenso programa de privatizações e transformou o país num país europeu, e Durão Barroso propunha-se tirar-nos do pântano. O problema, agora, e de há muito tempo a esta parte, é que ninguém explica o que fará o partido se e quando chegar ao poder. A única mensagem que cada novo líder passa é para o interior do partido, dizendo que, com ele, o partido subirá nas sondagens e regressará à governação. Para o país, nada. Veremos até quando o país atura este PSD.

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