18 dezembro 2008

Uma perspectiva diferente, mas muito discutível.


"O debate sobre o atraso nacional é antigo. Desde pelo menos o século XVIII, que ocupa, de forma obsessiva, a intelectualidade lusa. Quem quiser ter um sumário do que os espíritos esclarecidos de oitocentos pensavam, poderá ler o panfleto "Causas da Decadência dos Povos Peninsulares dos Últimos Três Séculos", a transcrição da palestra que, a 27 de Maio de 1871, Antero de Quental proferiu nas chamadas Conferências do Casino. Para ele três eram as causas: o Concílio de Trento (a Religião Católica), o Estabelecimento do Absolutismo (a destruição das liberdades locais) e o Desenvolvimento das Conquistas Longínquas (os Descobrimentos). A certa altura, dizia: "Assim, enquanto as outras Nações subiam, nós baixávamos." Como se vê, a polémica tem pergaminhos. (...) A última moda consiste em comparar Portugal com a Finlândia, tida como um país pobre que enriqueceu subitamente. Mas quem conheça um pouco de História saberá que aquele país se desenvolveu por, desde há muito, ter uma agricultura mais produtiva que a portuguesa. Em 1850, o PIB per capita de Portugal e da Finlândia não era diferente. Mas em 1914, o PIB português baixara para metade do finlandês. Não foi a Nokia que catapultou a Finlândia para o país dos ricos."

Maria Filomena Mónica em "Nós, os Portugueses" (págs. 75 e 76).

Para poder concordar, ou não, gostava apenas de saber onde é que a autora foi buscar os números referentes ao PIB da Finlândia em 1850, sobretudo, tendo em conta que na altura ainda nem sequer se tratava de um país independente.

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