O estado português está a transformar-se num estado totalitário, ao bom modo fascista. Preocupantemente, com a indiferença da maior parte dos portugueses, anestesiados que estão com graves problemas de sobrevivência quotidiana. Quando digo "fascista", não pretendo dizer salazarista. O salazarismo foi um autoritarismo, mas não foi um totalitarismo pela simples razão de que, fora da política, o estado reservava para os cidadãos um amplo domínio de autonomia pessoal.
O que se passa agora não é, pois, a continuação desse autoritarismo tradicional português. É pior. Muito pior. Quem duvide disto, apesar das evidências de todos os dias, que leia a totalidade da notícia donde se extrai esta passagem com as declarações de um tal Aragão, jurista da Biblioteca Nacional:
"Segundo um jurista da BN que tem trabalhado neste processo de classificação, Paulo Aragão, a medida abrange todos os papéis de Pessoa, incluindo aqueles cuja existência o Estado possa desconhecer. "Quem tiver um documento de Pessoa, e souber que é dele, tem o dever legal de informar o Estado", diz Aragão. Conservará a sua posse e poderá transaccioná-lo dentro do país, mas fica obrigado a avisar o Estado se o fizer, e terá de indicar o nome e endereço do comprador. E, se quiser mudar de casa, também terá de informar a BN. A razão prende-se com a conservação das peças. "Se se verificar que os documentos estão mal acondicionados, ou com bolor, ou sem condições de segurança, o Estado tem o dever de agir", defende Aragão."
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