03 novembro 2008

nacionalizações

Uma das razões que explicam a situação em que Portugal se encontra, foram as inefáveis nacionalizações operadas pelo estado português em 1975. Na sequência da revolução do ano anterior, a doutrina dominante condenava a propriedade privava, sobretudo a grande propriedade, atacava os “capitalistas”, a quem imputava a responsabilidade pelo regime deposto, e defendia a sua expulsão do país e a transferência da sua propriedade para o sector público da economia. As nacionalizações estenderam-se praticamente a todos os sectores da economia nacional e destruíram-na em muito pouco tempo, invertendo a tendência de crescimento que se acentuara no país desde o fim da década de sessenta. Apesar das privatizações iniciadas na década de oitenta, Portugal nunca recuperou desse atraso e, sobretudo, nunca conseguiu encontrar um modelo sustentado de desenvolvimento. Hoje, os portugueses continuam a desconfiar da propriedade privada e mantêm o preconceito de que o lucro é nefasto e quase pecaminoso. Uma inequívoca reminiscência da velha condenação católica da usura e do juro, diria o Pedro Arroja.

Sem comentários: