Tenho aqui afirmado por diversas vezes que a imortalidade é a maior ambição humana e que a podemos alcançar “crescendo e multiplicando-nos” ou dando contributos excepcionais à cultura, de modo a favorecermos a reprodução dos nossos semelhantes.
Há porém um outro método, menos eficaz mas que permite alguma notoriedade momentânea: clonarmo-nos. Ou fisicamente, se formos ricos, ou virtualmente se formos pobres mas vaidosos. A clonagem, porém, não é tão eficaz como a reprodução heterossexual (pouca diversidade), nem como a verdadeira originalidade.
A originalidade, em particular, está ao alcance de muito poucos. Podemos ser uns verdadeiros “artistas” e até ter talento, mas originais é muito mais difícil. Daí a tendência para cairmos na imitação (clonagem).
Até hoje nunca tinha lido o Dragoscópio e não vou voltar a ler. Fui lá a propósito deste link, li o texto, escrito num português pretensioso, fiz “copy and paste” , no Google Blog Search, de alguns termos sonantes (ex.: epítome, eméritos, encómio) e voilá: há centenas de dragões flamejantes na net. Usando os mesmo vocábulos, o mesmo estilo pseudo-intelectual e até o mesmo fundo preto. Eis os resultados da primeira busca (as seguintes dão resultados idênticos):
El Charquito
El Predicador Malvado
Diario de un Impresentable
El Derecho de Ser un Pendejo
A única diferença entre todos estes senhores e o Dragão é que o Dragão é nosso, é um artista nacional. Espero que se reproduza em quantidade, porque é o único método ao seu alcance para conquistar a tal imortalidade. Não dá para mais...
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