A crise, ou até o desaparecimento, da autoridade na civilização ocidental é, quanto a mim, a principal causa do seu declínio, mais do que a crise religiosa e a crise de valores.
A autoridade resulta do estudo e da reflexão profunda sobre a realidade. Na sequência desse esforço, os cidadãos que detêm o conhecimento podem influenciar os seus concidadãos e iluminar-lhes o caminho. Tornam-se líderes e é-lhes reconhecida autoridade, pelo que são obedecidos, ou seguidos, sem terem de recorrer a qualquer coacção.
Nas democracias ocidentais, contudo, o poder político tem vindo progressivamente a cair nas mãos de pessoas sem qualquer autoridade e que foram eleitas apenas por características pessoais ou por oportunidade (estavam no lugar certo...). No poder, estas pessoas confundem o conhecimento com os resultados das sondagens e retiram autoridade à autoridade (se me permitem esta expressão).
Gostaria de citar como exemplo deste tipo de líderes Tony Blair, Clinton ou Zapatero e possivelmente Obama.
Considero a crise da autoridade mais importante do que as crises religiosa e de valores porque quando há autoridade é possível instruir pelo exemplo e, portanto, transmitir convicções (religiosas ou outras). Sem autoridade “anything goes”.
A democracia, obviamente, está na base deste fenómeno.
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